HAGENS

José Alves Neto, José Alves Neto Partner da Hagens

Segundo José Alves Neto, partner da Hagens, em Campinas, desde antes da pandemia, vários segmentos já vinham passando por transformação. Hoje, o consumidor demanda outro nível de relacionamento. Ele espera mais personalização e conveniência e quer ser o ponto de foco na cadeia de consumo. Por isso, Neto destaca a importância de estabelecer novos vínculos entre marca e mercado, aprimorando o relacionamento com o cliente e, claro, com a tecnologia sendo usada a favor desta relação.

Spaço

Mariah Skittberg Mariah Skittberg Diretora na Agência Spaço, em Campinas (SP)

Mariah Skittberg, diretora na Agência Spaço, em Campinas (SP), destaca algumas mudanças que foram causadas pela pandemia, dentre elas a redução de papel impresso e tabloides de promoção, os eventos no formato digital que devem se tornar mais recorrentes e os modelos de agências, que serão cada vez mais especializadas em nichos de mercado ou serviço.

Mariah também destaca que o consumidor está mais atento ao propósito e valores das marcas, que devem desempenhar um papel importante na sociedade.

Agência Pipers

Rovilson Antônio da Silva Júnior Rovilson Antônio da Silva Júnior Sócio-fundador da Pipers Design, em Vargem Grande do Sul (SP)

Como eu imagino que será a agência Pós-Pandemia?

Acredito que devemos nos preparar para um acompanhamento e entendimento cada vez mais profundo sobre a vida que existe por trás do perfil de um consumidor. O que eu quero dizer é que não se resolve mais um problema do cliente fazendo só comunicação. É necessário entender a dor do negócio em si e isso exige um entendimento claro do comportamento de todas as pessoas envolvidas.

Estou falando de trabalho bem amplo, que envolve até mesmo aquelas pessoas que não consomem o produto, mas que de alguma forma demonstram uma certa admiração pelas ações da marca. As medições e informações que podemos ter através das mídias digitais são muito importantes. Saber sobre o que estão falando nos dá a possibilidade de insights para criar campanhas que já nascem aprovadas pelo consumidor.

Sim, isso é fato. Mas quando falo sobre aprofundar-se no comportamento das pessoas me refiro sobre algo que vai muito além das curtidas, estou falando das batidas no coração que uma marca, produto ou serviço são capazes de provocar.

Na verdade, isso já vinha acontecendo antes da pandemia. Porém, tanto agências como os clientes das agências tinham a condição de escolher entre o fazer agora ou deixar para depois. E como isso exige muito de todos, tanto de recursos de tempo como recursos financeiros, é natural que muitos deixaram para depois.

Resumindo, agora temos que trabalhar muito bem os recursos de tempo e os recursos financeiros para nos socializarmos de verdade com as pessoas e, nesse movimento, saber coletar as informações, convertê-las em conhecimento e, com muita criatividade, transformar esse conhecimento em utilidade ou até mesmo em comportamento cultural.

Nesse contexto, os produtos passam a ser entretenimento, os serviços se tornam experiências e a junção dos dois se torna uma verdadeira marca para a história de muita gente.

Mais do que nunca, o nosso trabalho é fazer com que o nosso cliente se torne relevante para as pessoas e para o mundo, ao mesmo tempo em que conquiste os resultados necessários para continuar e crescer.

E quando penso no segmento em que atuamos, acredito que essa mudança é muito positiva, pois a propaganda em si provoca mudanças positivas na sociedade, e agora, além de salvar empresas, vender, divertir ou emocionar,ela vai mostrar, através de histórias incríveis, que estamos aqui para construir marcas e não cicatrizes.

Motor Propaganda

Sandro Nascimento Sandro Nascimento Diretor de Criação da Motor Propaganda, em Araraquara/SP

Sim, temos um novo mundo.

Mas para quem trabalha com criatividade, ideias e inovação, o novo faz parte do dia a dia. Na verdade o "novo" é uma normalidade na nossa profissão. Por isso, tenho a impressão de que o segmento das agências de propaganda e comunicação conseguiu rapidamente se adaptar as novas premissas do mercado. Principalmente, porque nossas cabeças são nossos verdadeiros escritórios. A gente cria na feira, fazendo supermercado, no churrasco com os amigos, no trânsito, em qualquer lugar. Então, o conceito de trabalho remoto sempre esteve conosco de forma natural. O escritório é um lugar com mesa, café e gente para conversar sem ter uma tela nos separando. É legal, mas não essencial.

Na minha opinião, claramente vamos caminhar para um modelo híbrido composto pelo trabalho em casa e o presencial. Tem horas em que o olho no olho, uma batidinha na mesa, uma respirada mais forte dizem muita coisa. Tem outras, onde o jogo já está combinado, é só trabalho funcional mesmo, dá para fazer de bermuda e fazendo cafuné no seu dog. Aliás, presença é a palavra da vez. Ser presente é lembrar e ser lembrado, é dar a cara, é colocar sua ideia de forma apaixonada num telão, é tomar um café, e até mesmo ser presente, é ficar ouvindo alguém inteligente falar numa reunião.

Tirando o café e o aperto de mão, a presença pode ser compartilhada por telas no computador e no smartphone. Estar junto, fazer a diferença com um comentário ou ideia e propor uma solução incrível continuarão sendo os diferenciais do nosso negócio. Não importa, se olho no olho, ou tela na tela. Seremos mais focados, mais digitais. Só não podemos perder os atributos emocionais humanos e nos tornarmos robôs.

Acho que equipes compostas e afinadas vão funcionar melhor. Penso que os jovens, estagiários, pessoal em fase de formação vão sofrer um pouco mais com os novos modelos. No ambiente de agência existe um balé próprio. O olhar da ideia nascendo, o comentário sobre uma série bacana na TV e a olhada no computador do cara sênior para ver como ele faz. Isso tudo ensina muito. Isso tudo demonstra que o presencial ainda terá alta relevância.

Por enquanto, a vacina que pode ser aplicada na gente é a do otimismo e da positividade. Que a gente continue abraçando e sorrindo livremente num futuro bem próximo.

Agência MOV

Ricardo Carneiro Ricardo Carneiro Diretor Comercial da Agência MOV, de Ribeirão Preto/SP.

Como serão os trabalhos publicitários e a Agência MOV após a pandemia da COVID-19?

Não é segredo para ninguém que o mercado publicitário, em especial as agências de marketing, são um importante vetor capaz de exprimir as tendência por onde o mercado irá se desenvolver. Isto posto, enxergo claramente a utilização de recursos digitais cada vez mais sofisticados nas campanhas publicitárias.

As produções digitais de Lives, Vídeos e Meetings virtuais chegaram para ficar. São recursos que economizam tempo e dinheiro de todos os envolvidos e conseguem cumprir com eficácia a missão à que se destinam. Por falar em economia, acredito cada vez mais em agências enxutas e focadas no retorno do investimento (ROI).

Dessa forma, fica evidente a necessidade de uma boa comunicação interna entre os diversos setores da agência, pois agora o departamento de criação tem que estar integrado e atento a mais dados e indicadores que estão sendo gerados cotidianamente pelos novos setores de Performance e BI (Business Inteligence).

Então, questões ligadas à comunicação entre os departamentos das agências e questões ligadas a gestão de projetos continuarão sendo cada vez mais necessárias e vitais para o sucesso das campanhas publicitárias. Por fim, e o que considero ser o mais precioso e fundamental em toda essa nova dinâmica entre agência e mercado é a capacidade que as agência deverão ter na maneira de conceituar e posicionar a marca de seus clientes nesse novo mundo dinâmico e extremamente fragmentado.

O consumidor moderno está procurando marcas que estejam alinhadas com seu pensamento, valores e estilo de vida contemporâneos. Dessa forma, um criterioso trabalho de posicionamento e reposicionamento das marcas e produtos serão cada vez mais valorizados, visto que se os mesmo forem feitos de formas analítica e criativa trarão maior destaque e reconhecimento do mercado consumidor, diferenciando o anunciante e seus produtos de seus demais concorrentes.

Neste mundo corrido e volátil é importante nunca esquecermos que o receptor da mensagem publicitária anseia cada vez mais por uma mensagem simples, direta e alinhada com seus valores e necessidades.

NW3

Adalberto Igual Junior José Breda Diretor Executivo da NW3 Comunicação, em Ribeirão Preto (SP)

José Breda, Diretor Executivo da NW3, em Ribeirão Preto (SP), destaca que o mercado publicitário já vinha passando por um período de transformação e a pandemia acelerou este processo.

Segundo ele, as agências estão em busca de novas soluções, papel que o segmento de comunicação ocupa há anos.

Realize Propaganda

Alexandre Prado Alexandre Prado Publicitário, consultor de Marketing e fundador da Realize Propaganda, de Varginha (MG)

Alexandre Prado, fundador da Realize Propaganda, de Varginha (MG), destaca os novos moldes das agências publicitárias em que os projetos são cada vez mais realizados por diversos profissionais e com visões multidisciplinares. Ele destaca que a contratação sob demanda é uma tendência que acelerou ainda mais e deve permanecer.

Agência Cervantes

Adinan Nogueira Adinan Nogueira Sócio-diretor da agência Cervantes Montenegro

Adinan Nogueira, sócio-diretor da agência Cervantes Montenegro, com unidades em Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, ressalta que a pandemia acelerou diversas transformações que já vinham acontecendo, incluindo o processo de digitalização do mercado. A comunicação, segundo ele, se tornará ainda mais relevante e necessária neste novo cenário “desterritorializado”, onde se pode trabalhar de onde estiver, e globalizado.